Hoje em dia tem muita mulher trabalhando como eletricistas, pintoras, azulejistas e pedreiras em canteiro de obras.
Diante desse cenário, organizações não governamentais e coletivos urbanos capacitam mulheres para que elas reformem suas casas e ao mesmo tempo consigam disputar vagas de emprego na construção civil.
Mercado de trabalho predominantemente masculino, os canteiros de obra estão sendo ocupados lentamente por mulheres em todo o país. E não são apenas como arquitetas, engenheiras, designer, mas também na construção do novo cômodo para acolher um parente recém-chegado ou no reparo informal do tipo do it yourself (faça você mesmo em inglês), realizar novas obras, reparos e modificações.
É nas periferias dos grandes centros e nas áreas rurais que as mulheres fazem toda a diferença na autoconstrução: cuidando da rotina da casa, dos filhos, do emprego formal ou informal, suas múltiplas jornadas de trabalho incorporam as atividades da construção civil.
Realizar reparos, modificações, reformas e ampliar o “barraco” significa levantar paredes, pintar cômodos, assentar azulejos, fazer a serralheria, marcenaria, refazer a fiação elétrica e instalar todo um sistema hidráulico para transformar seu lar em lugar confortável e digno para criar seus filhos. Com a ajuda de outras mulheres em situação idêntica, produzem as moradias onde cerca de 8% da população nacional mora. As favelas e demais assentamentos informais abrigam mais de 17 milhões de pessoas: equivalente à população de Portugal (2020) e Líbano (2020) somadas. É um país de segregados urbanos. Deste contingente, 8% são mulheres pretas e pardas — e um número menor de brancas —, um grande percentual com filhos, baixa escolaridade e sem companheiros. Juntas, compõem cerca da metade dos domicílios financeiramente mantidos por elas.
Para melhorar a moradia na periferia das regiões metropolitanas, organizações não governamentais e coletivos urbanos vêm profissionalizando a atuação de mulheres para o exercício de atividades na construção civil. O projeto @arquiteturanaperiferia é um dos vários exemplos espalhados pelo país que apresentam as práticas e técnicas de planejamento de obras, oferecendo um microfinanciamento para que as mulheres conduzam com autonomia e sem desperdícios as reformas de suas casas. O trabalho é importantíssimo, pois impacta positivamente não apenas a autonomia e autoconfiança das participantes, mas também na vida, na saúde, na educação de todos: filhos, família e comunidade. A qualificação profissional amplia a capacidade de análise, discussão, prospecção, planejamento e cooperação entre os envolvidos, possibilidade de regularização fundiária, além de abrir espaço para a contratação por parte de empresas do setor de construção civil de mão de obra feminina altamente qualificada.
Num ambiente masculino, a inclusão de mulheres pode trazer novas possibilidades, mais produtividade, redução do desperdício, melhores resultados na evolução das equipes e um ambiente que, pela diversificação de seus membros, tende a ser socialmente saudável e melhor.
Em nosso app temos diversas vagas de trabalho para você. Corre lá e aproveite!